Olá jovos e jovas, resolvi bater a poeira do velho blog pra relembrar os velhos tempos!
Estava eu caminhado pelas ruas de Caruaru City quando, sem esperar nada, adentrei a banca mais próxima e, para minha surpresa, Gigantomachia, mangá de Kentaro Miura, adornava as prateleiras. Fã que sou do Geroge Martin japoronga, comprei-o-o! E, ao começar a lê-lo, senti um duro golpe...
Todos aqueles que acompanham Berserk sabem que Miura mudou drasticamente tanto os rumos quanto o estilo da história. De um terror medieval sanguinolento fomos jogados para um Final Fantasy com uma pitadinha de gore. Ao meu ver, essa mudança demonstrou um certo cansaço de Miura quanto ao tema inicial de Berserk depois de mais de 20 anos trabalhando no mesmo, e tentando fazer algo mais "light" pra desopilar. Daí a pausa no mangá de Gutts e companhia para se dedicar a produção de Gigantomachia. Acontece que fui ler Gigantomachia sem grande conhecimento prévio... e me vi jogado numa salada de clichês e coisas que eu, particularmente, detesto! Mas, para que você compreenda melhor minha linha sertanejamente revoltosa de raciocínio, vamos dar uma breve pincelada na história:
Tudo começa num futuro distante onde (mais uma vez) a Terra foi devastada pela guerra núclear. Somos, então, apresentados aos principais personagens da trama, Prome e Dalos. Prome é uma garotinha loira com um jeito bem incomum e Dalos é o tipico trapalhão gente boa. Depois de uma breve treta nas areias do deserto escaldante que ambos cruzavam, eles vão parar na cidade dos Coleópteros, seres meio humanos meio insectóides que vivem em um tipo de "formigueiro" gigante. Lá, Dalos é obrigado a enfrentar o campeão local, Ogun (os evangélicos tudo pira) e acaba revelando que era um gladiador, mestre na milenar arte da...LUTA LIVRE! Hein...?
Depois da treta, Dalos conquista o respeito e a amizade dos habitantes do local e é levado para conhecer o líder dos Coleópteros. Acontece que, nesse momento, a cidade dos homens barata é atacada por um gigante extremante letal e totalmente esquisitão liderados pelos humanos, os quais nutrem uma rixa eterna contra os Coleópteros. E quando parece não haver mais esperanças para os homens grilo, eis que Dalos e Prome se revelam a última GRANDE chance de salvação!
Não vou entrar em mais detalhes para não dar muitos spoilers, mas darei minhas considerações acerca dessa obra "pit stop" do autor de Berserk.
Bem, como já citado, Miura faz um trabalho totalmente diferente do visto nos primórdios de Berserk porém muito próximo de sua fase atual... e isso não me agradou! Eu até poderia relevar a mudança drástica de tom pelo simples fato de ser uma obra que realmente se propõe a ser diferente...não fosse o problema do mangá soar como um piloto de uma série animada onde o autor jogou tudo que ele gosta numa grande salada "dos óião". Temos claras referencias a Ataque Dos Titãs, Evangelion e Nausicaa. E isso poderia resultar numa história divertida sim, por que não!? Mas não acontece! A história acaba sendo arrastada e o elemento que justifica o título só vem dar as caras meio tardiamente na história. E quando você acha que a coisa vai decolar...ela termina! Isso não seria um problema se o mangá fosse seriado, mas as palavras "volume único" na capa se tornam o carimbo final de frustração.
Nem Ogun a base de marafa e pipoca, consegue melhorar o resultado final.
Ao fim de tudo, Gigantomachia serve mais como um art book com uma história de brinde, já que os desenhos do Miura continuam fantásticos, mas falha como mangá one shot. Se houvesse um segundo volume, talvez eu até desse uma segunda chance, só pra ver a história crescer e descobrir que rumos grandiosos tomaria. Sim, por que apesar de tudo, havia um potencial ali, e tornar momentos grandiosos é com o senhor Miura mesmo, vide o final da Era de Ouro de Berserk! Mas creio que se não me agradou na saída, dificilmente me agradaria numa hipotética chegada (a qual demoraria 220 anos, dado o histórico deste japa maldito no velho e bom Berserk...ainda acho que ele morre antes de terminar...).
Sinfiliz continua manjando dos paranauê desenhero...
Nota: 6,0 (mais pelos desenhos que pela trama clichezenta).
PS: Luta livre como arte marcial do personagem principal? Porra, Miura! Isso funciona com um único homem: o prefeito de Metro City, nosso velho e querido Hagar. Fora isso, soa totalmente imbecil...
Eu achei um mangá ok, apesar do final aberto realmente ser irritante. Mas se fosse pra publicar One Shots do Miurão, que publicassem King of Wolves e Japan, trabalhos que ele fez em conjunto com o Buronson.
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