segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MotherFuckerComics #5 – Astronauta Magnetar




                Olá amadinhos, hoje, nossa coluna vai falar da HQ mais falada nos becos obscuros de nossa sociedade nefrônica: Astronauta Magnetar, de Danilo Beyruth. Essa HQ marca o inicio da associação de dois gigantes dos quadrinhos nacionais, os estúdios MSP, de Mauricio de Souza, e a Panini, que mesmo a contragosto, é a maior editora de quadrinhos por essas bandas (e uma das maiores do mundo).
                Há quem ache que Mauricio de Souza é só um velho fanfarrão. Há quem ache ele um explorador do talento alheio, uma espécie de Steve Jobs dos quadrinhos. Há outros tantos que o consideram um gênio, um dos maiores talentos no mundo do entretenimento. Criticas e elogios a parte, uma coisa é inegável, ele sabe como ninguém enxergar os nichos de mercado e vender a marca da MSP. Não vou nem comentar os diversos licenciamentos de marca, vamos ficar apenas no terreno dos quadrinhos.


                No mercado desde os anos de 1970, Mauricio domina o mercado infantil há bastante tempo, vencendo inclusive a toda poderosa Disney. Há alguns anos, com a invasão de mangás no mercado ocidental, Mauricio criou um mangázinho meio safardana, que nem é mangá, mas também não é igual às HQ’s que se costuma ver por aqui, a Turma da Mônica Jovem, com a versão adolescente de seus personagens clássicos. Não podia ter maior acerto: Turma da Mônica Jovem é o quadrinho mais vendido atualmente, alcançando cifras absurdas, se comparada ao restante do mercado. Agora, vendo o crescente aumento de vendas de álbuns de autor, vendidos em livrarias ou de forma independente, Mauricio deu o passo seguinte, criando o selo Graphic MSP, para a publicação de Graphic Novels de seus personagens, mas fugindo daquela imagem clássica e infantil deles. Mauricio já vinha flertando com isso, com os álbuns da MSP 50, comemorativos aos seus 50(jura?) anos de carreira, mas agora a coisa é um pouco diferente. Naqueles álbuns, as história tinham 5 ou 6 paginas, agora tem entre 60 e 70, e foram chamados alguns dos autores que estão fazendo quadrinhos de altíssima qualidade por aqui, apesar da maioria ser desconhecida do grande público, como o Shyko, Victor e Lú Caffagi, e pra dar inicio aos trabalhos do selo, convocaram o premiadíssimo Danilo Beyruth. Pra se ter uma idéia do tamanho da bagaça, semana passada Beyruth e Sidney Gusman, editor da MSP, deram uma entrevista no programa “Agora é Tarde”, algo que infelizmente é pouco comum para autores de quadrinhos.


O Autor
                Beyruth é um publicitário bem-sucedido, que começou a publicar quadrinhos em 2007, fazendo zines de seu personagem Necronauta. Com o sucesso que conquistou, conseguiu publicar dois álbuns do Necronauta, um pela HQM e outro pela Zarabatana, reunindo as histórias que havia publicado em zines e outras inéditas. Mas foi com Bando de Dois, publicada pela Zarabatana com auxilio do PROAC, programa do governo paulista de incentivo as artes, que ele conseguiu visibilidade nacional, além de vencer diversos prêmios, dentre eles o HQMix, principal premiação de quadrinhos do Brasil.

A História
                Astronauta está em mais uma de suas viagens solitárias pelo espaço. Até aí, nenhuma novidade, mas esqueça aquele astronauta dentro de uma bola de vidro, e sempre com certa alegria, mesmo que melancólica. O que vemos aqui é um jovem Astronauta, ainda a serviço da BRASA, mas aqui é um profissional com uma missão no espaço, e não apenas um aventureiro. Ele vai em busca do Magnetar, que é uma espécie de ultimo estágio de uma estrela antes de explodir e virar uma Supernova(Não sou físico, mas foi o que eu entendi. Sintam-se a vontade para corrigir, sem neurose). Porém, um acidente acontece e Astronauta fica preso naquela estrela, com aquilo que acompanha todo ser humano: a solidão. No meio de suas lembranças, ele vai ficando meio paranóico (será?) e um monte de coisas estranhas vão acontecendo, enquanto ele tenta sair dali.
                É bacana o monte de referências a filmes clássicos, como 2001 – Uma Odisséia no Espaço, ou Alien – O Oitavo Passageiro. Mas não confunda essas referências com cabeçice de Beyruth. Mesmo com um referencial complexo, Astronauta Magnetar é uma história bem simples, podendo ser lida por qualquer pessoa, até porque seu verdadeiro mote é a solidão, que não é estranha a nenhum de nós.
                Outro ponto positivo da HQ são as cores de Cris Peter. Além de ser uma tremenda gata (eu pegava, e pegava muito), a mulher consegue fazer alguém que prefere quadrinhos P&B que nem eu entender e adorar suas cores. Cris não pinta simplesmente para colorir, sua cor funciona como elemento narrativo da trama, enriquecendo ainda mais a obra. E a edição da Panini também ficou muito bacana. Papel couchê, capa cartonada, explicações sobre a história do Astronauta desde sua criação, e um precinho camarada, R$19,90. Também foi feita uma versão capa dura, vendida somente em livrarias, custando 10 pilas a mais, o que mostra que a MSP não entrou nesse mercado pra brincadeiras, e quer conquistar o maior público possível.

                Bem, com tudo que foi dito, só posso recomendar que você corra e compre a sua antes que acabe, porque trabalho com essa qualidade não sai toda hora não. De minha parte, fico esperando o lançamento do próximo volume, previsto pra fevereiro de 2013, com história e arte dos irmãos Caffagi (Victor Caffagi é o criador do Valente, vale dar uma conferida). Então, hasta la vista, baby!

Um comentário:

  1. Tem que fazer uma campanha pra
    queimar esses mangas de merda!
    Voltem pro japao seus emos inuteis!
    Vontade de acabar com essa viadagem
    colorida a bala !!!

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