Olá
amadinhos, hoje, nossa coluna vai falar da HQ mais falada nos becos obscuros de
nossa sociedade nefrônica: Astronauta Magnetar, de Danilo Beyruth. Essa HQ
marca o inicio da associação de dois gigantes dos quadrinhos nacionais, os estúdios
MSP, de Mauricio de Souza, e a Panini, que mesmo a contragosto, é a maior
editora de quadrinhos por essas bandas (e uma das maiores do mundo).
Há quem
ache que Mauricio de Souza é só um velho fanfarrão. Há quem ache ele um
explorador do talento alheio, uma espécie de Steve Jobs dos quadrinhos. Há
outros tantos que o consideram um gênio, um dos maiores talentos no mundo do
entretenimento. Criticas e elogios a parte, uma coisa é inegável, ele sabe como
ninguém enxergar os nichos de mercado e vender a marca da MSP. Não vou nem
comentar os diversos licenciamentos de marca, vamos ficar apenas no terreno dos
quadrinhos.
No
mercado desde os anos de 1970, Mauricio domina o mercado infantil há bastante
tempo, vencendo inclusive a toda poderosa Disney. Há alguns anos, com a invasão
de mangás no mercado ocidental, Mauricio criou um mangázinho meio safardana,
que nem é mangá, mas também não é igual às HQ’s que se costuma ver por aqui, a
Turma da Mônica Jovem, com a versão adolescente de seus personagens clássicos.
Não podia ter maior acerto: Turma da Mônica Jovem é o quadrinho mais vendido
atualmente, alcançando cifras absurdas, se comparada ao restante do mercado.
Agora, vendo o crescente aumento de vendas de álbuns de autor, vendidos em
livrarias ou de forma independente, Mauricio deu o passo seguinte, criando o
selo Graphic MSP, para a publicação de Graphic Novels de seus personagens, mas
fugindo daquela imagem clássica e infantil deles. Mauricio já vinha flertando
com isso, com os álbuns da MSP 50, comemorativos aos seus 50(jura?) anos de
carreira, mas agora a coisa é um pouco diferente. Naqueles álbuns, as história
tinham 5 ou 6 paginas, agora tem entre 60 e 70, e foram chamados alguns dos
autores que estão fazendo quadrinhos de altíssima qualidade por aqui, apesar da
maioria ser desconhecida do grande público, como o Shyko, Victor e Lú Caffagi,
e pra dar inicio aos trabalhos do selo, convocaram o premiadíssimo Danilo
Beyruth. Pra se ter uma idéia do tamanho da bagaça, semana passada Beyruth e
Sidney Gusman, editor da MSP, deram uma entrevista no programa “Agora é Tarde”,
algo que infelizmente é pouco comum para autores de quadrinhos.
O Autor
Beyruth
é um publicitário bem-sucedido, que começou a publicar quadrinhos em 2007,
fazendo zines de seu personagem Necronauta. Com o sucesso que conquistou,
conseguiu publicar dois álbuns do Necronauta, um pela HQM e outro pela
Zarabatana, reunindo as histórias que havia publicado em zines e outras
inéditas. Mas foi com Bando de Dois, publicada pela Zarabatana com auxilio do
PROAC, programa do governo paulista de incentivo as artes, que ele conseguiu
visibilidade nacional, além de vencer diversos prêmios, dentre eles o HQMix,
principal premiação de quadrinhos do Brasil.
A História
Astronauta
está em mais uma de suas viagens solitárias pelo espaço. Até aí, nenhuma
novidade, mas esqueça aquele astronauta dentro de uma bola de vidro, e sempre
com certa alegria, mesmo que melancólica. O que vemos aqui é um jovem
Astronauta, ainda a serviço da BRASA, mas aqui é um profissional com uma missão
no espaço, e não apenas um aventureiro. Ele vai em busca do Magnetar, que é uma
espécie de ultimo estágio de uma estrela antes de explodir e virar uma Supernova(Não
sou físico, mas foi o que eu entendi. Sintam-se a vontade para corrigir, sem
neurose). Porém, um acidente acontece e Astronauta fica preso naquela estrela,
com aquilo que acompanha todo ser humano: a solidão. No meio de suas
lembranças, ele vai ficando meio paranóico (será?) e um monte de coisas
estranhas vão acontecendo, enquanto ele tenta sair dali.
É
bacana o monte de referências a filmes clássicos, como 2001 – Uma Odisséia no
Espaço, ou Alien – O Oitavo Passageiro. Mas não confunda essas referências com
cabeçice de Beyruth. Mesmo com um referencial complexo, Astronauta Magnetar é
uma história bem simples, podendo ser lida por qualquer pessoa, até porque seu
verdadeiro mote é a solidão, que não é estranha a nenhum de nós.
Outro
ponto positivo da HQ são as cores de Cris Peter. Além de ser uma tremenda gata
(eu pegava, e pegava muito), a mulher consegue fazer alguém que prefere
quadrinhos P&B que nem eu entender e adorar suas cores. Cris não pinta
simplesmente para colorir, sua cor funciona como elemento narrativo da trama,
enriquecendo ainda mais a obra. E a edição da Panini também ficou muito bacana.
Papel couchê, capa cartonada, explicações sobre a história do Astronauta desde
sua criação, e um precinho camarada, R$19,90. Também foi feita uma versão capa
dura, vendida somente em livrarias, custando 10 pilas a mais, o que mostra que
a MSP não entrou nesse mercado pra brincadeiras, e quer conquistar o maior
público possível.
Bem,
com tudo que foi dito, só posso recomendar que você corra e compre a sua antes
que acabe, porque trabalho com essa qualidade não sai toda hora não. De minha
parte, fico esperando o lançamento do próximo volume, previsto pra fevereiro de
2013, com história e arte dos irmãos Caffagi (Victor Caffagi é o criador do
Valente, vale dar uma conferida). Então, hasta la vista, baby!
Tem que fazer uma campanha pra
ResponderExcluirqueimar esses mangas de merda!
Voltem pro japao seus emos inuteis!
Vontade de acabar com essa viadagem
colorida a bala !!!