Hello,
giant freaks! Essa semana, um clááááááááááááááássico dos quadrinhos:
Wolverine – Arma X, do mestre Barry Windsor-Smith. Essa é simplesmente a melhor
história de algum membro dos X-Men, e uma das melhores histórias de todos os
tempos.
Antes
de mais nada, que fique bem claro, eu detesto X-Men. Tem personagens demais,
subtramas demais, encheção de ovo demais, e carisma nenhum! Na década de 1990,
quando o Jim Lee estourou, e só tinha revistas dos X-Men nas bancas, eu
costumava passar longe de lá, tamanha a hostilidade que eu tinha dos
personagens. Só comecei a curtir um pouco quando começou a passar aquele
desenho deles na Globo, principalmente por causa do Wolverine, de longe, o
personagem mais interessante do grupo.
Para
situar você que é mais novo, nos anos 90 aconteceu à explosão da Image Comics.
Os gibis deles se resumiam a silicone e metal(mulheres), e anabolizantes e
metal(homens). História não existia, apenas porrada, pausa pro cafezinho e mais
porrada. No entanto, ao passar certo dia pela banca em que eu costumava comprar
meus gibis, lá em Cidade Ademar (snif, snif), na periferia de SP, um gibi me
causou certo incômodo. Era a revista Wolverine Extra #1, com a história do Arma
X, vendida na época como a origem do Wolverine. A capa da revista tinha um
Wolverine todo estourado, com um traço totalmente a parte do que se via nas
outras revistas. Juntei uma grana, já que a revista era o dobro do preço das
revistas de linha. Mermão, foi um dos dinheiros mais bem gastos da minha vida,
de longe o mais bem gasto da infância.
A
história começa com Wolvie divagando, fudidaço, em um albergue qualquer. De
repente, a história corta para o laboratório da Arma X, onde a trama toda se
desenrola. Lá, ficamos sabendo que Logan foi capturado em frente a sua casa, no
Canadá, para fazer parte de um experimento. Esse experimento é comandado pelo
Dr. Cornelius, e supervisionado e bancado por um professor bem sinistrão, que
demora um pouco para dizer quais suas intenções. Ao longo da história, vemos
que o tal experimento visa criar uma arma de guerra! Uma arma perfeita! A Arma
X! Então, Logan foi escolhido por ter poder regenerativo, certo? Bem, vou deixar
que você descubra isso quando ler, mas é o tipo de coisa que te incomoda um
bocado, mesmo fazendo mais de 15 anos desde que eu li Arma X pela primeira vez.
Você
ir vendo como eles injetam o Adamantium no esqueleto de Logan é algo bem
indigesto, e também o quanto o cara vai se fudendo ao longo do caminho. Todo
tipo de destruição, tanto física quanto psicológica, vai sendo feita com o
cara, o que explica muito sobre o que o personagem se tornaria algum tempo
depois. Por isso, essa é considerada por muitos como a única origem do
Wolverine que deva ser levada a sério! Depois de ler, você vai entender o porquê.
Barry
Windsor-Smith era um dos ilustradores do Conan, na época mais foda das
histórias do cimério. Há quem o ache fraco, mas esses mereciam levar uma surra
de gato morto no meio da praça! O legal do traço do cara, é que o desenho é
terrivelmente incomodo. Esqueça esses desenhos bonitinhos, com linha clara e
traçado perfeito. Aqui, as páginas têm um aspecto de inacabadas, como se ele
tivesse parado elas no meio do caminho. Eu acho isso sensacional, afinal, todos
nós deixamos a vida no meio do caminho, não é algo indiferente pra ninguém! Mas
não ache que isso significa falta de técnica. Longe disso, o traço de
Windsor-Smith é matador! Ele simplesmente preferiu seguir por um caminho mais
visceral, ao invés de fazer desenhos no estilo Ursinhos Carinhosos.
O
roteiro da história também é sensacional. Windsor-Smith quebra mais um
paradigma, aquele de que uma arte boa não costuma ser acompanhada de uma boa
história, e vice-versa. Aqui temos um casamento narrativo perfeito, uma
verdadeira história em quadrinhos.
Arma
X foi publicada nos anos 90 pela Abril, em uma edição chamada Wolverine Extra
nº 1, e em outra edição especial da Abril, ambas em formatinho! É facilmente
encontrada, e os preços costumam variar, então fique esperto, pra não pagar uma
fortuna por algo que você consegue mais barato. Ela também foi publicada em
2002, senão me engano, pela Panini, dessa vez em formato americano e com capa
cartonada. Essa edição tem como extra a primeira aparição da Lady Letal,
inimiga do Wolvie bem conhecida entre as décadas de 80 e 90. Costuma custar uma
pequena fortuna, em média 50 pilas. E lá vou eu reclamar de novo da Panini. Com
tantos encadernados de séries de gosto altamente duvidosos, porque não lançar
um capa dura de Arma X? Esse é o tipo de trabalho que venderia feito água,
tanto pros fãs mais velhos (tipo eu), como pros mais novos, que gostariam de
conhecer o passado de um dos mais importantes personagens da Marvel. Porque
não, Panini?
Honestamente,
acho que vale mais a pena comprar a edição da Abril. Ela é bem bacana, e mesmo
em formatinho, é Windsor-Smith, caraleo! Seja em formatinho ou em formato
americano, Arma X é uma história que deve ser lida e relida várias vezes ao
longo da vida. Porque sempre dá pra ir mais ao fundo do poço! E Logan descobriu
isso da pior maneira! SNIKT!
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