Olá
“people of the sun”, depois de um hiato de uma semana, perfeitamente
justificado pelo fato de eu ter feito a prova do ENADE(se você não sabe o que
é, sorte sua! Nem perca tempo procurando saber), eu volto a escrever essa
semana, com uma história das antrolas, mas muito bacana: Falcão Negro, de
Howard Chaykin.
Essa
história foi publicada em 1987/88 nos EUA pela DC Comics, e em 1989 no Brasil
pela Abril Jovem, como uma mini-série de luxo(leia-se formato americano) em
três partes. A edição da Abril até que é bacana, o que não era muito comum na
época. Mas vamos ao que interessa.
Falcão
Negro é um personagem criado por Will Eisner e Chuck Cuidera em 1941, em plena
2ª Guerra Mundial. Ele era um aviador polonês, radicado nos EUA, e que ao lado
de outros aviadores de vários países, formavam uma esquadra independente,
denominando-se como os últimos homens livres. Se você não sabe quem é Will
Eisner, ele é considerado simplesmente o maior quadrinista da América do Norte,
criador do clássico personagem Spirit (de quem ainda falaremos), e inventor do
termo Graphic Novel, que são histórias em quadrinhos fechadas, sem necessidade
de um antes e nem de um depois, embora o termo tenha sido altamente deturpado
nos tempos atuais.
Já
Howard Chaykin é um quadrinista que sacudiu o marasmo na década de 1980,
criando séries bacanas como American Flagg, a pornográfica (safadjenho) Black
Kiss, e outras histórias igualmente bacanas. Embora seja lembrado quase sempre
pelo fato de desenhar todos os personagens com o queixo iguais o do José de
Abreu (aquele que fazia o cara do lixão, em Avenida Brasil), Chaykin tem um
estilo de desenho bem clássico e bonito, que se encaixa perfeitamente nessa
história.
A História
Como
dito anteriormente, o Falcão Negro foi criado em 1941, ficou um longo tempo sem
ser publicado, e voltou a tona no final dos anos de 1970, inclusive com algumas
histórias do próprio Chaykin, anteriores a essa mini-série.
A
principal mudança foi o tom mais sério que Chaykin dá aos personagens e a
história. Não se vê piadinhas nem personagens cartunescos. O que vemos, é um
retrato bastante fidedigno do começo da Guerra Fria, e de como a paranóia toma
conta de russos e de americanos, ainda na 2ª Guerra.
Janos
Prohasca, o Falcão Negro, perde sua cidadania americana honorária, e é obrigado
a deixar os EUA. Tudo isso pelo fato de aparecer uma foto sua com soldados
russos, em Guernica, antes da Guerra. Acusado de traidor e de espião comunista
por um Senador, Janos e os Falcões vão para a Europa, cair no colo da Mãe
Rússia (ainda URSS), mesmo a contragosto dele. Lá, eles ficam sabendo dos
planos de Death Mayhew, comandante dos Leões Brancos, equivalente russo dos
Falcões. Mayhew trai a URSS e a Grã-Bretanha, e se alia a Alemanha de Hitler,
com o objetivo de destruir os Aliados, sobretudo os EUA. No meio disso tudo, há
uma bomba atômica circulando pela Europa, e tanto Janos quanto Death estão no
seu encalço, cada qual com um objetivo bem especifico.
Eu
confesso que quando ouvi falar dessa história, a primeira coisa que me veio à
cabeça, é que seria uma história de combate aéreo, com aviões se destruindo de
lado a lado. Não é nada disso. Na verdade, a história é muito melhor. Tem toda
uma trama de espionagem, traições, assassinatos, e até combates aéreos. No
final das contas, vemos um grande plano maligno de Mayhew, e Janos e seus
Falcões fazendo de tudo para impedi-los e salvar o mundo.
A
arte de Chaykin é muito bonita, e como eu já disse, se encaixa perfeitamente
com essa história. Falcão Negro é uma história excelente, muito melhor do que a
maioria das coisas que você encontra nas bancas hoje em dia. Facilmente
encontrada em sebos e na internet, costuma custar bem pouco (eu paguei 5
dinheiros na minha! Míseros 5 dinheiros), e vale cada centavo! É um alivio nos
bolsos, e uma grande história para se guardar na lembrança!
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