Uma pequena grande história...

Hello, negadinha! Não! Eu não vou contar uma história , como pode-se erroneamente entende pelo título do post. Eu vou, sim, falar de uma HQ singela, que passou desapercebida no mês de fevereiro pelas bancas deste Brasil varonil!
Em uma época em que se encontram nas prateleiras de bancas ou livrarias especializadas inúmeros encadernados de grandes sucessos, de alguns "não tão grandes sucessos", de algumas merdas de fato, HQs que deram origens a séries de TV, HQs que vieram de séries de TV...uma em especial conseguiu trazer em pouco mais de 20 páginas, muito mais conteúdo que muito desses encadernados de 100 ou 200 !
Trata-se da edição 09 da revista "Marvel+Aventura"! Isso mesmo! Aquele gibizinho de R$1,99 que traz historietas fechadas, algumas beeeem merdas (DC+ Aventura que o diga...)! E essa edição, em especial, traz uma das melhores histórias do Homem-Aranha que já tive a oportunidade de ler!

Com roteiro de Paul Jenkins e arte de Paolo Rivera, a edição conta a história do ponto de vista de um rapaz chamado Joey Beal! Até aí nada de mais...se Joey não tivesse nascido com paralisia cerebral.
A mãe de Joey morreu durante o parto, oque ocasionou a falta de oxigênio em seu cérebro. Desde então ele é cuidado pelo pai e pela irmã. Seu único e maior hobby é observar Nova Iorque do terraço do prédio onde mora e, por vezes, ver seu herói favorito passar balançando em suas teias.

 E é num desses momentos em que Joey vê , no prédio em frente, o vampiro Morbius fazendo mais uma vítima. Porém, Morbius  percebe que Joey o viu!
No dia seguinte, Morbius vai até Joey e revela que sabe exatamente quem ele é e oque pensa (graças a seus poderes telepáticos de vampiro! Hein?) e diz que vai livrar Joey de sua prisão corpórea! É quando o amigão da vizinhança aparece para salvar o dia! E é claro que temos porradaria massavéio!

 Mas oque vem depois é de dar um nó na garganta...
Paul Jenkins não e escritor que se possa dizer "nossa, mas que bela Barriga, senhor Roteiro" porém, dessa vez, acertou a mão ao contar uma história simples mas com carga dramática na medida certa!  Alguns momentos em especial são matadores! Como quando Joey fala sobre achar que seu pai o culpava pela morte da mãe. Ou quando ele explica por que gosta tanto de olhar Nova Iorque do terraço. Ou ainda quando reclama por não poder gritar para o Homem-Aranha, seu heróis favorito e que acaba de passar bem na sua frente, que ele está ali!

Mas o texto que é o soco no estomago definitivo pra quem é fã do heróis aracnídeo está no final da história! Lembrando a história "O Menino que colecionava Homem-Aranha" , ates de partir Peter para, se vira e retira a mascara pra Joey ,fazendo uma reverencia teatral e, em seguida partindo! Ao olhar o rosto daquele desconhecido que se veste e haje como um herói, que se digna a fazer pelos outros oque eles não podem fazer por si mesmos e que é tudo oque Joey sempre sonhou ser, Joey percebe que nem tudo é sempre como se imagina e diz:

"Até hoje não sei se consigo descrever o rosto dele. É bem comum...mas com a expressão mais triste que já vi. O Aranha tenta sorrir, mas eu sei que dói. Tudo isso por minha causa. Ele quer que eu fique bem e me dá esse presente. Ele diz "não se mete em encrenca" e vai embora. Aí, eu percebo que aquela atmosfera em volta dele não é eletricidade. É uma tristeza pior que a minha. E eu sinto pena dele."

Um dos melhores textos que li até hoje, em termos de Aranha.
A arte de Paolo Rivera dispensa comentários! O cara manja do que faz muito bem! Destaque para as expressões do Joey, simplesmente o cumulo de tão bem trabalhadas! Destacando também a pintura realista usada aqui e feita pelo próprio!
Então é isso, jovens e jovas! Procurem nas bancas ou livrarias especializadas ou mesmo online, por que vale  a pena! E custa só a misera quantia de R$1,99, seu (sua) mão de vaca! Esta é mais uma prova de que uma boa história não precisa ter centenas de páginas e custar dezenas de reais pra fazer bonito!