sábado, 28 de abril de 2012

MotherFuckerComics #1


Justiceiro e a vingança poética

  
Olá queridas pessoas, meu bom e velho amigo(mais velho do que bom) Amaro Hellboy estava a procura de alguém altamente capacitado e abalizado pra escrever sobre quadrinhos no Hellbolha. Como ele não encontrou ninguém, acabou chamando eu mesmo. Mas sem mais delongas, vamos ao que interessa. Como 1º post, escolhi falar de uma das melhores histórias do personagem mais politicamente incorreto da Velha Traquinas(também conhecida como Marvel Comics), o Justiceiro, e a história é “Justiceiro:Ano Um”, que conta a origem do personagem.

A Criação

  
Criado por Gerry Conway, Ross Andru e John Romita em 1974, o Justiceiro era inicialmente um vilão de uma história do Homem-Aranha, só que o personagem era tão carismático que acabou tornando-se um anti-herói do universo Marvel. Faz sentido. Na época da "Era de Prata" dos quadrinhos, os heróis tinham uma inocência e senso de justiça muito fortes, sem exceção. Quando aparece um maluco com uma caveira no uniforme, armado até os dentes e sentando a mamona nos bandidos, natural que a juventude transviada da época se interessasse. Outro ponto a favor do personagem é o fato de que ele mata os vilões, algo impensado pra qualquer personagem da "Era de Prata". Mas vamos a história de Ano Um.

Grandes trágedias trazem grandes merdas

  
Escrita por dan Abnett e Andy Lanning e com desenhos de Dale Eaglesham e Scott Koblish, Ano Um foi lançada em 1995 nos EUA e em 1996 no Brasil. A história é a seguinte:Frank Castle é um fuzileiro naval americano e voltando de uma missão, está em um piquenique com sua família no Central Park, quando há um massacre causado por um bando de mafiosos, e sua familia toda acaba sendo assassinada, menos Castle, que consegue escapar, embora os bandidos achem que ele está morto. Ele fica completamente perdido, mas dá uma chance a lei de punir os criminosos que fizeram isso com sua família, mas a lei termina não resolvendo nada. Castle então se une ao repórter McTeer, um bêbado safado que perdeu a mulher e estragou sua carreira por causa da cachaça, e vê na história de Castle a grande chance de retomar sua vida profissional. Os dois começam a caçar os pilantras que mataram a família de Castle, e vão dando informações pra polícia pra poder prendê-los, mas adivinhem o que acontece?Nada!Absolutamente nada!De quebra os caras(os mafiosos) ainda tentam matar Castle, botando uma bomba em sua casa, e matam McTeer, aquela altura o único contato de Castle com a sociedade. Puto até a alma, Castle resolve fazer justiça da maneira que ele sabe melhor:como um soldado.

Uma história simplesmente foda

Um dos grandes baratos dessa história é a arte,não por ser boa,mas pelo fato de ser bem simples.O traço bem sujo de Dale Eaglesham, aliado as cores quase opacas de Marie Javins,Colin Jorgensen e Justin Gabrie, dão um clima meio sombrio a história, exatamente como é o submundo de uma grande cidade. O Justiceiro não é um personagem que precise de desenhistas do naipe de um Alex Ross ou de um Ivan Reis,por exemplo,ele é um personagem que precisa de desenhistas que consigam retratar a tensão psicológica que tem uma história do Justiceiro. Ou será que um cara que vive matando dia após dia,só esperando a hora em que ele vai ser morto, consegue enxergar o mundo de uma maneira bonitinha?
As Capas também são um capítulo a parte. Pintadas por Vince Evans a partir de desenhos de Dale Eaglesham,abrem com estilo essa que pode ser considerada uma das melhores histórias(senão a melhor) publicada pela Marvel nos anos 90. Em uma década em que se inventou demais sem criar algo realmente significativo, a simples história de um homem que escolhe um jeito violento de lidar com sua tragédia pessoal acerta em cheio, lembrando porque quadrinhos de heróis são tão legais. Por essas e outras é que Justiceiro:Ano Um deve figurar na pratelelira de qualquer fã que se preze.É encontrada facilmente em sebos e bancas de revistas usadas,com preços que variam entre R$10 e R$30(os dois números), e vale cada centavo. Uma história do tempo em que os problemas eram resolvidos na base da bala.  

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